Irritação - pedido de perdão ao meu filho

Eu assiti mais um webinar da Dra. Rosemeire Zago, "Entenda a influência dos traumas em seus relacionamentos", e aprendi outras tantas lições e aplicações para melhoria da minha vida. Uma destas aplicações foi um pedido de perdão ao meu filho.

No webinar, a doutora conta a história de uma paciente, que se deu conta da sua repetição de padrão ao agredir seu filho, e ao entender que ela estava fazendo o que sua própria mãe fazia, ela finalmente entendeu que ela não estava educando, mas traumatizando o seu filho assim como ela foi traumatizada. A doutora conta que ao conversar como o filho, ela se abriu e contou das agreções que sofria quando criança, conta que os dois se abraçaram, houve perdão e até o filho desta mulher orientou os seus colegas da escola. Isso não é lindo? Divino?

Ai eu pensei: isso não se aplica para mim, pois meu filho é muito pequeno. Ledo engano!!!

Ontem, quando chegamos do restaurante (isto é, estavamos todos relaxados e felizes), meu esposo nos deixou em casa e depois saiu para ajudar um amigo, muito rápido, logo voltaria. Eu e meu filho ficamos sozinhos, e eu espontaneamente o abracei e pedi perdão, olhei em seus pequenos olhinhos inocentes dos seus 5 anos e pedi perdão por todas as vezes que gritei com ele, que o agredi emocinalmente, eu disse também que eu fiz isto porque eu achava que era correto, mas que agora sei que não é. Assim com estas palavras mesmo.

Falei para meu filho da minha infância, que minha mãe, a vozinha dele, me batia com pau e gritava comigo, me xingava, e eu ficava com muita raiva. E quando eu sentia raiva do comportamento dele eu sentia vontade de gritar e até de bater, mas controlava essa vontade e descontrolava nas palavras e no tom de voz, pedi perdão e pedi uma segunda chance.

Meu filho me ouviu atentamente, sem me interromper e quando acabei ele disse: eu sinto vontade de chorar mamãe. Depois disse que me desculpava, que não foi nada (é as palavrinhas que ele aprendeu conosco, quando desculpamos ele). 

Foi simples assim minha gente. Foi mágico. Foi verdadeiro. Foi nossa vítoria.

Como textos, vídeos, consultas à especialistas, como tudo isso pode modificar nossa postura perante a vida que vivemos. 

Por favor, não cessem a vossa busca ao auto-conhecimento, ao resgate da sua criança ferida, aos argumentos para interromper a repetição de padrão, à validação de suas dores.

Todos os textos que tenho escrito nos últimos dias foram praticamente a cópia das palestas que eu tenho ouvido, não tem nada de original meu, exeto as emoções e experiências. Eu era tão vazia quanto você que hoje sofre solitáriamente as recordações de uma infância humilhante e negligenciada.

Foto: www.angelakaufman.deviantart.com
Vou perguntar da doutora se tem como acessar os vídeos dela de uma forma mais simples sem cadastro de email, tá? O que mais quero é que todos vocês possam ouvir o que eu ouvi.

Depois de uma conversa tão dura, mas necessária, nós brincamos, olhamos as nossas plantinhas no nosso jardim, nos divertimos juntos, conectados de uma forma diferente, mais amável e doce.

Comentários